Tu te tornas eternamente responsável…

“É preciso desacelerar e desconectar para entrar em contato com a criança que fomos e com as que estão ao nosso lado. Rever nossas urgências e o que é realmente importante para promover uma infância plena. Crianças não são feitas para ser criadas em bolhas. Elas precisam se relacionar, cair para aprender a levantar, perder para aprender a sonhar e elaborar. Precisam de histórias vividas e narradas para se lembrar. E não precisam, para ser felizes, de objetos e atividades que as cansem para desligar-se à noite. Não precisam de um coach para aprender a brincar – sim, parece que estes personagens existem!”

(Trecho do Artigo da Lais Fontenelle publicado na coluna Outras Palavras)

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” ou pelas crianças que põe no mundo.

Talvez porque ainda não tenha filhos me seja mais fácil falar, mas não consigo entender muito bem o que esperam os pais que alienam filhos ao tablet e à televisão. “É para ele(a) não fazer manha e deixar a gente conversar em paz” 

Oi?! Desde quando frustração, obediência e disciplina são ruins na construção de um ser humano? 

Esta em cartaz no cinema (? clique aqui para assistir ao trailler) uma releitura do clássico de Saint-Exupèry adaptada aos tempos modernos. Ainda não assisti, mas a crítica publicada na Revista Carta Capital me deixou com vontade.

Há três anos publiquei um escrito (? clique aqui para ler) em homenagem ao nascimento do meu sobrinho que acabara de nascer e à viagem literária do principezinho que não é deste mundo. Coloquei em forma de conselhos a uma criança que ainda não tinha nascido, minha maior preocupação com relação às crianças: que ele não tivesse vida e vontade de viver.

Meu medo é das crianças que simplesmente existem. Respiram, comem, assistem ao YouTube, fazem coco e balbuciam meia dúzia de palavras. Depois crescem vão aprender línguas, origami, karatê, ballet, natação, esgrima. Anos mais tarde frequentam universidades de renome, tiram diplomas tradicionais e viram profissionais infelizes e insatisfeitos, ou pior, inconscientes da falta de felicidade e satisfação na vida que levam.

Adultos cansados que por sua vez educarão crianças ocupadas demais para serem crianças e terem o direito de brincar

(Nota: eu não sou, tampouco sou a favor de Coaching para crianças, mas recomendo fortemente o coaching para pais com hábitos de terceirização da disciplina e da educação)

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